Cão da raça maltês morreu após sofrer uma queda durante tratamento.
Polícia registrou caso como medida assecuratória de direitos futuros.
A morte de um cão da raça maltês durante uma sessão de banho e tosa num pet shop em Ipanema, na Zona Sul do Rio, pode parar na Justiça. O diretor de uma revendedora de carros Luiz Alberto Machado, de 45 anos, afirmou que vai processar a loja pela perda do seu animal de estimação.
O caso aconteceu há uma semana, na Oi Pet, em Ipanema. Segundo Luiz Alberto, por volta das 11h de sexta-feira (14), sua empregada deixou a cadela Sofia, de 2 anos, no pet shop para tomar banho. Momentos depois, ele recebeu um telefonema da loja informando que o animal havia sido entubado após cair de cima da mesa usada no tratamento.
"Eles disseram que tinha acontecido um problema com a Sofia. Minha cadela foi apenas tomar um banho e nada mais. Como eles deixaram acontecer um acidente desses? É um absurdo o que fizeram com ela", disse Luiz.
Após o telefonema, Luiz Alberto seguiu para a veterinária, mas no meio do caminho ele recebeu uma nova ligação da loja, desta vez para avisá-lo de que Sofia acabara de morrer. Revoltado e chocado, ele chegou a discutir com os funcionários, que alegaram que o animal caiu porque estava nervoso e inquieto.
“A Sofia era um pouco agitada, como todo animal da sua idade. Mas isso não provocaria uma morte como essa. A minha cadela entrou viva para tomar banho e saiu morta dentro de uma caixa. Não dá para aceitar e por isso eu decidi que vou entrar com um processo na Justiça”, completou o dono do animal.
Luiz Alberto, que possui ainda outro cachorro, Tico, de 5 anos, confirmou que os responsáveis pela pet shop se comprometeram a pagar as despesas e os cuidados do outro animal. Além disso, segundo ele, eles chegaram a oferecer um outro filhote, mas ele negou a oferta: "Um cachorro é como se fosse um filho pra mim. A gente ama, é insubstituível".
Pet diz que isso nunca tinha acontecido
Abalado com a morte de Sofia, o proprietário da Oi Pet, Ronney Teixeira Cardoso, confirmou o acidente e disse que a cadela ficou sob os cuidados de profissionais experientes e que gostam de animais. Segundo ele, Sofia caiu logo após se soltar da guia.
“A gente ficou bastante chateado com o que aconteceu. Isso nunca tinha acontecido, a gente nunca espera que isso vá acontecer. Tomamos bastante cuidado para oferecer toda a segurança e conforto aos animais. Nossa pet é equipada com os melhores aparelhos, ar-condicionado, trabalhamos com a máxima transparência e todos os nossos profissionais amam o que fazem”, afirmou Ronney.
Ronney contou, ainda, que a loja possui um veterinário que fica à disposição dos animais para eventuais emergências. De acordo com ele, todos os procedimentos foram tomados para salvar a cadela: “Fizemos de tudo, mas ela não resistiu à queda. Mantivemos o dono informado de tudo o tempo todo e assumimos o erro”, completou.
Caso de polícia
Policiais militares do 23º BPM (Leblon) foram acionados para o local para tentar controlar a situação. Em seguida, Luiz Alberto decidiu prestar queixa na 14ª DP (Ipanema). De acordo com a Polícia Civil, como aparentemente não se tratava de um crime, o caso foi registrado como medida assecuratória de direitos futuros, por ser um fato atípico.
Luiz Alberto também solicitou um exame de necropsia do animal. O resultado deve sair nos próximos dias. Os agentes informaram que nenhum representante da pet shop compareceu à delegacia para prestar esclarecimentos. O dono do animal alegou, ainda, que não foi reembolsado pela loja.
“Além de perder o meu cão, eu ainda não recebi o dinheiro de volta. Não foi um prato de arroz que caiu no chão ou uma banana estragada, foi a minha cadela, que eu amava e tinha como filha. Isso eles não podem substituir. Continuarei alertando as pessoas nas ruas para que não levem o seu bicho lá. Eles não vão sair impunes”, completou Luiz Alberto Machado.
O dono da loja informou que está disposto não só a devolver o dinheiro, como também a pagar as despesas do outro cachorro de Luiz Alberto e do novo filhote. Ele afirmou que ainda não conseguiu conversar com o cliente sobre o assunto e que espera poder ajudar.
“Em nenhum momento houve um destrato. A gente entende o lado do Luiz Alberto. Na hora não houve tempo de falar sobre reembolso, mas estamos dispostos a pagar além do valor do serviço. Queremos prestar solidariedade e apoio ao Luiz, que é um cliente antigo e querido por todos”, concluiu.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/05/dono-diz-que-vai-processar-pet-shop-apos-morte-de-cachorro-em-banho.html