domingo, 25 de maio de 2008

"Como Você Pôde?"

Autor: Jim Willis - Tradução: Sílvia Schiros

Quando era um filhote, eu o distraia com minhas travessuras e o fazia rir.

Você me chamava de sua criança e, apesar de um certo número de sapatos mascados e um par de almofadas destruídas, eu me tornei sua melhor amiga. Sempre que eu fazia algo errado, você chacoalhava seu dedo para mim e dizia: "Como você pôde?" - mas depois você se arrependia e me rolava no chão para me coçar a barriga. Meu treinamento demorou um pouco mais do que o esperado porque você estava ocupado demais, mas, juntos, nós conseguimos dar um jeito.

Eu me lembro daquelas noites em que me aninhava a você na cama e ouvia suas confidências e sonhos secretos - e acreditava que a vida não poderia ser mais perfeita. A gente fazia longos passeios e corridas no parque, andava de carro e parava para um sorvete (eu ganhava só a casquinha porque "sorvete não faz bem para cães" você dizia) e eu tirava longos cochilos ao sol enquanto aguardava sua volta para casa ao final do dia.

Aos poucos você passou a gastar mais tempo no trabalho e com sua carreira e levava mais tempo procurando por uma companheira humana. Eu esperei por você pacientemente, confortei-o em suas mágoas e desilusões, nunca o repreendi por suas escolhas ruins, e vibrei de alegria nas suas vindas para casa e quando você se apaixonou... Ela, agora sua esposa, não é uma "apreciadora de cães" - ainda assim eu a recebi em nossa casa, tentei mostrar-lhe afeição, e a obedeci. Sentia-me feliz porque você estava feliz.

Então vieram os bebês humanos e eu reparti com você o entusiasmo. Eu estava fascinada por seus tons rosados, seu cheiro, e queria muito cuidar deles também. Mas ela e você tinham medo de que eu pudesse machucá-los, e eu passei a maior parte do tempo sendo banida para outra sala ou para a casinha de cachorro.. Oh, como eu queria tê-los amado, mas eu me tornei uma "prisioneira do amor".

À medida que foram crescendo, me tornei amiga deles. Eles se agarravam ao meu pêlo e se levantavam sobre perninhas trôpegas, enfiavam os dedos em meus olhos, examinavam minhas orelhas, e davam beijos em meu nariz. Eu adorava tudo isso e o toque de suas mãozinhas - porque o seu toque agora era tão raro - e eu os teria defendido com minha própria vida, se fosse preciso. Eu me esgueirava para suas camas e escutava suas quietações e sonhos secretos, e juntos esperávamos pelo barulho de seu carro no caminho.

Houve um tempo, quando alguém perguntava se você tinha cachorro, em que você tirava uma foto minha de sua carteira e contava histórias sobre mim. Nos últimos anos você apenas respondia "sim" e mudava de assunto. Eu passei de "seu cão" para "apenas um cachorro" e você reclamava de cada gasto que tinha comigo. Agora você tem uma nova oportunidade de carreira em outra cidade e vocês irão se mudar para um apartamento onde não permitem animais. Você tomou a decisão acertada para sua "família", mas houve um tempo em que eu era sua única família.

Fiquei excitado com o passeio de carro até que chegamos ao abrigo de animais. O local tinha cheiro de gatos e cães, de medo, de desesperança.
Você preencheu a papelada e disse: "Sei que vocês encontrarão um bom lar para ela...". Eles deram de ombros e lançaram a você um olhar compadecido. Eles compreendem a realidade que espera um cão de meia idade, mesmo um com "papéis".
Você teve que desgarrar os dedos de seu filho de minha coleira enquanto ele gritava "Não, papai! Por favor, não deixe que levem meu cão!". E eu me preocupei por ele, e com a lição que você tinha acabado de lhe dar sobre amizade e lealdade, sobre amor e responsabilidade, e sobre respeito por todo tipo de vida.
Você deu um afago de adeus em minha cabeça, evitou meu olhar e, polidamente, recusou levar minha coleira e guia com você. Você tinha um tempo-limite para encarar e agora eu também tenho um.

Depois que você partiu as duas simpáticas senhoras que o atenderam comentaram que você provavelmente soube meses atrás da mudança que ocorreria e não fez nenhuma tentativa de encontrar um novo lar para mim. Elas sacudirram a cabeça e disseram "Como você pôde?".
Elas são tão atenciosas para nós aqui no abrigo quanto seus ocupados horários permitem.Elas nos alimentam, é claro, mas eu perdi meu apetite dias atrás.

De início, sempre que alguem passava pelo meu alojamento, eu corria para a frente, na esperança de que fosse você - que você tivesse mudado de idéia - que isto fosse tudo um sonho mau... Ou eu esperava que ao menos fosse alguém que se importasse, alguém que pudesse me salvar.

Quando percebi que não poderia competir com os alegres filhotes, inconscientes de seus próprios destinos, nas brincadeiras para chamar atenção, afastei-me para um canto distante e aguardei.

Ouvi seus passos quando ela veio até mim ao final do dia e a segui ao longo do corredor para uma sala separada. Uma sala deliciosamente silenciosa. Ela me colocou sobre a mesa, acariciou minhas orelhas, e disse-me para eu não me preocupar. Meu coração se acelerou na expectativa do que estava para vir, mas havia também uma sensação de alívio.
A prisioneira do amor havia esgotado seus dias.

Como é de minha natureza, estava mais preocupada com ela. O fardo que ela carrega é demasiado pesado, e eu sei disso, da mesma maneira que conhecia cada um de seus humores.
Ela gentilmente colocou um torniquete em volta de minha perna dianteira, enquanto uma lágrima corria por sua face. Lambi sua mão do mesmo modo como costumava fazer para confortar você há tantos anos atrás.
Ela habilmente espetou a agulha hipodérmica em minha veia. Quando senti a picada e o líquido frio se espalhou através de meu corpo, deitei a cabeça sonolenta, olhei dentro de seus olhos gentis e murmurei "Como você pôde?".

Talvez por ter entendido meu linguajar canino, ela disse "Sinto tanto!", abraçou-me e apressadamente explicou que era seu trabalho fazer com que eu fosse para um lugar melhor onde não seria ignorada, ou maltratada ou abandonada, nem ter que me virar para sobreviver - um lugar de amor e luz, tão diferente deste lugar terrestre.
E com minha última gota de energia tentei transmitir -lhe com uma sacudidela de minha cauda que meu "Como você pôde?" não era dirigido a ela.

Era em você, Meu Amado Dono, que eu estava pensando. Pensarei em você e esperarei por você eternamente. Possa alguém em sua vida continuar a demonstrar-lhe tanta lealdade...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Notícias de abril da nossa Família!


Olá pessoas felizes!
Como sempre, nossas vidas andaram agitadas!!

Esse mês de abril não foi fácil! Duas cadelas atropeladas, um gatinho com os ligamentos da pata arrebentados e um cão desdentado com uma bicheira gigante na nuca.
Além disso, mas uma nova gatinha integrante, mas essa, graças a Deus, chegou inteira!

Quero fazer um agradecimento especialíssimo a Drª Andrea Lambert que abriu suas portas em plena madrugada do dia 27/04 para receber o Oliver, que é o cão da bicheira na nuca e cuidou dele com muito carinho!
Obrigada Drª Andrea,de coração!

Oliver está uma graça! Está hospedado em Vila Isabel e é um feliz ganhador de uma vaga na ACCG, Associação Casa do Cão e Gato! E assim que coisas acalmarem por lá ele será recebido. Agradeço também a Barbara Ribeiro, fundadora da ACCG, por sempre nos dar apoio e por ter recebido nossa idosa Orelhinha e agora nosso Oliver!

E temos boas notícias:Nosso bebê gato foi adotado e está com sua nova família e nosso fila bonachão Logan também está bem com sua nova família!!!!

Uma das cadelas atropelada, a Fumaça, qua parecia algo simples, na verdade deslocou a pata da bacia e já foi operada e ainda não recebeu alta.

Está na Clínica Prontodog se recuperando. Como mora na rua e precisa de repouso ABSOLUTO, só poderá voltar após estar completamente recuperada. Ela está se recuperando bem e esperamos que essa semana receba alta.

A outra atropelada, Diva, foi junto com o gatinho Rômulo e também com Assunção fazer raio X na clínica de dignósticos do Tio Rômulo no dia 03/05.

Assunção tem que fazer acompanhamento com raio X para ver se sua recuperação está melhor, e assim que estiver muito bom, será reoperado para, aí sim, colocar seus ossinhos no lugar. É que pimeiro tem que fechar o ferimento que ficou apenas no osso (literalmente), ou seja, a pata perdeu toda a musculatura, pele e couro e isso tudo tem que ser novamente criado pelo corpo para poder reoperar. Com tudo isso, nossos gastos, como sempre, estão muito altos e aproveitamos para citar alguns de nossos gastos e pedir para quem puder que dê uma ajuda.

Fumaça: Cirurgia R$180,00 Diária: R$10,00 , (até hoje dia 09/05 R$ 390,00) ela está internada desde o dia 04 de abril e ainda não recebeu alta

Raio X (Diva, Rômulo e Assunção) R$240,00
Castrações Janeiro/Fevereiro e Março:Faltam R$745,00

Cirurgia da Diva R$100,00 Diária R$10,00 (está internada desde o dia 25/04, até hoje são R$150,00)

Além desses animais, temos mais 12 em lar temporário e 10 animais hospedados, um desses é o Zen que está hospedado na clínica (R$300,00 por mês) e agora que está completamente recuperado da erlichia e castrado, estamos tentando levá-lo para outro lugar que custe mais barato. O problema é que ele é um velho sistemático e não pode ficar com outros cães...

Além dele temos o Edgard que está hospedado com uma pessoa que nos cobra R$60,00 por mês mais a ração e mais 8 cães com hospedagem a R$90,00 por mês cada um, mais a ração.
Com o frio forte chegando, tivemos que comprar cobertores para aquecer nossos amores.
Como moram na rua, colocamos caixas grandes de papelão envoltas em sacos plásticos (desses de lixo, pretos) e dentro colocamos os cobertores, que cortamos em 4 para não roubarem...
Deu um total de R$138,20 para 60 dias

Com isso temos esse mês em contas o total de R$: 2885,00, sem incluir ração, medicamentos, gastos do Assunção (que vou ver direitinho e passo depois), os cobertores e várias outras coisas.

Então, quem puder ajudar, agradecemos demais!!!

Ainda precisamos fazer 8 exames de sangue, castrar 3 gatas, 4 cadelas e 2 gatos de urgência e vacinar 10 cães e 9 gatos!!

Agradeço a todos aqueles que nos ajudam e que acreditam no nosso trabalho!!!

Nossa família não pára de crescer! E, como podem ver, precisamos de muita ajuda para continuar nosso trabalho!!

Para ajudar os animais da nossa Família AUquiMIA, a conta exclusiva para os animais é:

Banco do Brasil
Agência 3652-8
Conta corrente 55000-0
Tatiana Huguenin Morales

Para as doações, entrem em contato pelo e-mail familia.auquimia@gmail.com ou pelo (0xx21) 9777-1110

Nossa família AUquiMIA agradece com abanos de rabos e ronronados!